Pouco se comenta sobre educação de gatos.
Há quem diga, inclusive, que é impossível adestrá-los. Mas, ao contrário do que se imagina, é possível modificar vários comportamentos dos felinos em geral com técnicas de adestramento
Quem é contra educar gatos?
Um dos motivos que leva as pessoas a escolher determinado animal de estimação é a admiração por ele. Quem valoriza a liberdade e a independência encontra essas atitudes no gato, podendo se apaixonar por ele mais facilmente. Mas pode também pensar que o adestramento prejudicará a independência e a liberdade do felino, tirando a espontaneidade dele ou transformando-o em robô. Educar ou adestrar um gato não causa esses efeitos. Mesmo porque não dá para garantir que o gato educado não venha a apresentar comportamentos indesejados. Educação dá mais liberdade
Se um gato não comer plantas, não demarcar a casa com xixi e não arranhar os móveis, poderá circular sem restrições por todos os ambientes. Sua liberdade será maior do que a do gato menos educado, já que não haverá necessidade de confiná-lo para evitar danos à residência.
Punir com técnica adequada
Ao educar o gato, devemos ter o cuidado de não associar as punições com a nossa presença. Se isso acontecer, poderemos deteriorar a relação com o felino. Diferentemente dos cães, os gatos não estão psicologicamente preparados para lidar com punições provenientes de seu líder. A estrutura social de ambos é diferente. Por isso, o adestramento não deve ser feito da mesma forma. Se o gato relacionar castigo com uma pessoa poderá passar a evitá-la ou, em alguns casos, a até atacá-la. Procure despersonalizar as punições, sempre que for possível.
Um método é causar desconforto à distância, de modo que o gato não o atribua a alguém. Por exemplo, colar sobre a geladeira uma fita de dupla face para, quando o gato pisar nela, se sentir desconfortável e não subir mais lá. Outro método é o de assustar o gato para interromper uma ação. Espirrar água no focinho dele, por exemplo. Ao fazer isso, é preciso tentar parecer indiferente ao gato, para reduzir as chances de ele responsabilizar quem está apertando o spray.
Compreender o comportamento
É mais fácil corrigir o gato quando se proporcionam alternativas que satisfaçam a motivação causadora do comportamento indesejado. Um caso é o do gato que arranha móveis. Provavelmente, ele estará fazendo isso por precisar afiar as unhas ou para demarcar o território. Nesses casos, espalhar arranhadores pela casa e motivar o gato a usá-los tornará mais fácil evitar que ele arranhe outros objetos.
Não estimular o indesejado
Muitos comportamentos se repetem porque são recompensados, mesmo que não estejamos nos dando conta disso. É o que acontece quando o gato acorda alguém miando e a pessoa lhe dá, em seguida, carinho ou alimento. Esse "prêmio" motivará a repetição dos miados todas as manhãs. Diante de um comportamento indesejado, leve em consideração a possibilidade de o gato estar sendo motivado por algum tipo de recompensa. Se isso estiver acontecendo, inclua a interrupção daquele reforço na estratégia para corrigir o comportamento.
Premiar o comportamento desejado
Devemos premiar o gato sempre que ele apresentar um comportamento desejado que poderia substituir o indesejado. Se ele costumar derrubar vasos, por exemplo, e for visto se entretendo com brinquedos é importante premiá-lo. Estimular o comportamento desejado resultará na repetição do que é aprovado. Premie o gato dando a ele algo que o agrade. Fale carinhosamente com ele, ofereça um petisco ou faça carinhos. A recompensa deve acontecer o mais rápido possível em seguida ao comportamento correto, para facilitar a associação de idéias. Resumo. Gatos (e felinos em geral) são adestráveis. Gato educado ganha mais liberdade - pode circular mais livremente pelos ambientes da casa. Não faça agressões ou ameaças para controlar o felino. Modifique o ambiente para que as atitudes positivas do gato sejam reforçadas e as atitudes negativas punidas. Tome cuidado para o gato não relacionar punições com vocêAlexandre RossiRevista Cães & Cia, n. 310
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